sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Sou poeta de uma geração quase frigida,
Uma geração sem causa, sem coração,
Sou poeta do século 21,
Poeta de uma geração de famílias desfeitas e misérias sociais,
Poeta de um povo calado,
Decidido e solitário,
Sou poeta de uma geração holliwoodiana,
Sem versos, sem palcos,
Poeta de uma geração cheia de personagens mas quase sem autores,
Descrevo em versos o desespero apolítico de um povo sem paixão,
Cheio de sonhos que não podem ser ou já foram realizados,
Sou o poeta da super-população
Do transito diário ai cair do sol,
Poeta dos adolescentes comunistas,
Com seus celulares e revistas,
Sou poeta do caos metropolitano,
Do aquecimento Global e da crise econômica
Sou poeta de uma geração velha,
Pois nem a bossa nem o cinema são tão novos,
Poeta de uma geração cinza
Que luta contra o fim do mundo
Apagando as luzes e tomando banho juntos,
Poeta de uma geração sem valores,
Cheia de etiquetas,
Cheia de doutores, senhores e odores
Vazando de seus risos e rios
Poeta do suicídio e da depressão,
Poeta das festas e das ruas de São Paulo,
Higienópolis, Moema e Vila Madalena,
Sou poeta do que resta de humano na poesia,
Sou poeta da triste beleza do dia-a-dia.

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